quinta-feira, 17 de julho de 2008

A minha alma, esta senhora inculta
Que à noite ronda o quarto satisfeita,
Trespassa, à minha frente, a porta estreita,
Dona de si, perfeita e absoluta.
Daí, me vejo nela, que, insuspeita,
Transporta–se do quarto ao invisível,
percorre um mundo vasto, mas incrível,
Rendida pelo eterno onde se deita.
Meu corpo, ora arrastado por um laço,
Sem dor, sem sacrifício e sem cansaço,
Alcança, inconsciente, esse infinito.
Percebo então um Deus, Firme e Bonito,
Ligado à minha alma nesse espaço,
Eu n’Ele e Ele em mim, por onde passo.

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